15 de mai. de 2025
Notícia
Papa Leão XIV e acusações de abuso: Uma Análise Baseada em Fatos
Papa Leão XIV e acusações de abuso: Uma Análise Baseada em Fatos
Conheça os fatos por trás das acusações feitas ao Papa Leão XIV por um grupo de vítimas e entenda suas ações anteriores como bispo.

Dias após a histórica eleição de Leão XIV, o primeiro papa americano da história da Igreja, um grupo de vítimas de abusos sexuais clericais conhecido como SNAP (Survivors Network of those Abused by Priests) tornou pública uma queixa enviada ao Vaticano. O documento alega que o então cardeal Robert Prevost teria lidado inadequadamente com dois casos de abuso, um em Chicago, no ano 2000, e outro no Peru, em 2022. Diante da gravidade do tema, é essencial esclarecer os fatos com base em documentos oficiais, testemunhos e posicionamentos anteriores do Santo Padre.

O Caso de Chicago (2000)
Na década de 1990, o padre James Ray, da Ordem dos Agostinianos, foi afastado do ministério público após múltiplas acusações de abuso sexual contra menores. Segundo a queixa de SNAP, Robert Prevost, então superior provincial dos agostinianos em Chicago, teria permitido que Ray residisse no convento da ordem em Hyde Park, próximo à escola católica St. Thomas the Apostle.
Porém, um representante legal da Província Agostiniana do Meio-Oeste esclareceu que a decisão foi tomada por autoridades da Arquidiocese de Chicago, e que a responsabilidade pelas residências dos religiosos cabia aos diretores locais de cada casa. Prevost, portanto, não era responsável pelas designações internas do convento.
Vale ressaltar que o padre Ray foi removido do convento em 2002, após a Conferência dos Bispos Católicos dos EUA endurecer as normas disciplinares, e foi expulso do estado clerical em 2012.

O Caso do Peru (2022)
Durante seu episcopado em Chiclayo, no Peru, Prevost recebeu em abril de 2022 uma acusação formal de três mulheres contra dois padres locais, por abusos ocorridos em 2007. A diocese informou que Prevost se reuniu pessoalmente com as denunciantes, acolheu a queixa, suspendeu um dos padres e encaminhou a documentação ao Dicastério para a Doutrina da Fé em Roma, que é responsável por apurar tais casos.
O segundo padre citado já não exercia o ministério devido a idade avançada e condição de saúde. As denunciantes também moveram um processo civil em dezembro de 2022, mas a justiça peruana arquivou o caso em janeiro de 2023, por prescrição legal. O Dicastério também arquivou o processo e notificou a diocese em agosto do mesmo ano.
Contudo, em dezembro de 2023, após uma das mulheres tornar a acusação pública, o novo bispo de Chiclayo, Dom Guillermo Cornejo, reabriu o caso por iniciativa própria e ordenou nova investigação.

Posicionamento de Leão XIV e Suas Ações Passadas
Durante seu episcopado no Peru, Prevost sempre se manifestou publicamente contra o encobrimento de abusos. Em 2019, declarou ao jornal La Republica: “Rejeitamos encobrimentos e segredos sobre casos de abuso sexual. Eles causam muito dano, porque precisamos ajudar as pessoas que sofreram devido a erros.”
Essa postura proativa é corroborada por diversos testemunhos e ações durante seu episcopado.
Ele também incentivou a população a denunciar casos de abuso, afirmando: “Se você foi vítima, por favor, venha. Queremos agir pelo bem da Igreja e da comunidade.” Sob sua liderança, foi criada uma comissão diocesana de escuta e acolhimento, com participação de psicólogos e especialistas.
O socólogo Rodolfo Soriano Núñez, especialista em temas eclesiais na América Latina, afirmou à CNN que Prevost foi “o melhor bispo do Peru na luta contra os abusos”. Diferentemente de outros bispos da região, ele não culpou as vítimas, não tentou intimidá-las e não tratou o problema com descaso.
Um Papa Comprometido com a Verdade
Embora a dor das vítimas nunca deva ser relativizada, é também preciso reconhecer que muitas vezes, por desinformação ou instrumentalização política, figuras que representam a reforma e a firmeza moral podem ser alvos de acusações descontextualizadas.
Leão XIV sempre demonstrou coerência, escuta e abertura. Seu compromisso com a justiça, sua atuação pastoral entre os pobres, sua resistência ao clericalismo e seu apelo constante à conversão do coração o tornam uma figura confiável e profética no combate às feridas da Igreja.
Que os processos sejam apurados com rigor e caridade, mas que também reconheçamos a integridade de um homem que nunca fugiu dos desafios.
Dias após a histórica eleição de Leão XIV, o primeiro papa americano da história da Igreja, um grupo de vítimas de abusos sexuais clericais conhecido como SNAP (Survivors Network of those Abused by Priests) tornou pública uma queixa enviada ao Vaticano. O documento alega que o então cardeal Robert Prevost teria lidado inadequadamente com dois casos de abuso, um em Chicago, no ano 2000, e outro no Peru, em 2022. Diante da gravidade do tema, é essencial esclarecer os fatos com base em documentos oficiais, testemunhos e posicionamentos anteriores do Santo Padre.

O Caso de Chicago (2000)
Na década de 1990, o padre James Ray, da Ordem dos Agostinianos, foi afastado do ministério público após múltiplas acusações de abuso sexual contra menores. Segundo a queixa de SNAP, Robert Prevost, então superior provincial dos agostinianos em Chicago, teria permitido que Ray residisse no convento da ordem em Hyde Park, próximo à escola católica St. Thomas the Apostle.
Porém, um representante legal da Província Agostiniana do Meio-Oeste esclareceu que a decisão foi tomada por autoridades da Arquidiocese de Chicago, e que a responsabilidade pelas residências dos religiosos cabia aos diretores locais de cada casa. Prevost, portanto, não era responsável pelas designações internas do convento.
Vale ressaltar que o padre Ray foi removido do convento em 2002, após a Conferência dos Bispos Católicos dos EUA endurecer as normas disciplinares, e foi expulso do estado clerical em 2012.

O Caso do Peru (2022)
Durante seu episcopado em Chiclayo, no Peru, Prevost recebeu em abril de 2022 uma acusação formal de três mulheres contra dois padres locais, por abusos ocorridos em 2007. A diocese informou que Prevost se reuniu pessoalmente com as denunciantes, acolheu a queixa, suspendeu um dos padres e encaminhou a documentação ao Dicastério para a Doutrina da Fé em Roma, que é responsável por apurar tais casos.
O segundo padre citado já não exercia o ministério devido a idade avançada e condição de saúde. As denunciantes também moveram um processo civil em dezembro de 2022, mas a justiça peruana arquivou o caso em janeiro de 2023, por prescrição legal. O Dicastério também arquivou o processo e notificou a diocese em agosto do mesmo ano.
Contudo, em dezembro de 2023, após uma das mulheres tornar a acusação pública, o novo bispo de Chiclayo, Dom Guillermo Cornejo, reabriu o caso por iniciativa própria e ordenou nova investigação.

Posicionamento de Leão XIV e Suas Ações Passadas
Durante seu episcopado no Peru, Prevost sempre se manifestou publicamente contra o encobrimento de abusos. Em 2019, declarou ao jornal La Republica: “Rejeitamos encobrimentos e segredos sobre casos de abuso sexual. Eles causam muito dano, porque precisamos ajudar as pessoas que sofreram devido a erros.”
Essa postura proativa é corroborada por diversos testemunhos e ações durante seu episcopado.
Ele também incentivou a população a denunciar casos de abuso, afirmando: “Se você foi vítima, por favor, venha. Queremos agir pelo bem da Igreja e da comunidade.” Sob sua liderança, foi criada uma comissão diocesana de escuta e acolhimento, com participação de psicólogos e especialistas.
O socólogo Rodolfo Soriano Núñez, especialista em temas eclesiais na América Latina, afirmou à CNN que Prevost foi “o melhor bispo do Peru na luta contra os abusos”. Diferentemente de outros bispos da região, ele não culpou as vítimas, não tentou intimidá-las e não tratou o problema com descaso.
Um Papa Comprometido com a Verdade
Embora a dor das vítimas nunca deva ser relativizada, é também preciso reconhecer que muitas vezes, por desinformação ou instrumentalização política, figuras que representam a reforma e a firmeza moral podem ser alvos de acusações descontextualizadas.
Leão XIV sempre demonstrou coerência, escuta e abertura. Seu compromisso com a justiça, sua atuação pastoral entre os pobres, sua resistência ao clericalismo e seu apelo constante à conversão do coração o tornam uma figura confiável e profética no combate às feridas da Igreja.
Que os processos sejam apurados com rigor e caridade, mas que também reconheçamos a integridade de um homem que nunca fugiu dos desafios.